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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Trilhas do deserto de Athas – Dark Sun

O vento quente do deserto soprava por sobre as imensas muralhas da cidade, alcançando o chão de areia branca e soprando canhestro em um rodopio, pela arena. De um dos corredores escuros de pedra, três pares de olhos tentavam acostumar-se à claridade. Ao forte vermelho do céu. Já era fim de tarde e o sol vermelho descia a oeste. As pessoas já ousavam sair e assim, os balcões estavam cheios.

A arena era imensa. Homens-livres de todos os cantos da imensa cidade-estado de Urik lotavam o lugar, em um barulho incessante, zumbidos ecoando. Só havia silêncio no corredor de pedra. Os três gladiadores respiravam profundamente. Um deles, um homem livre, jamais adentrara tais jogos. Mas precisava estar ali. Abaixava a cabeça em seu caminhar, pois lhe fôra permitido entrar com sua besta de montaria, um imenso inseto com seis patas e enormes presas afiadas.

O segundo não era um homem. O corpo atarracado, definido em músculos duros e pesados, a cabeça lisa e o couro sem pêlos, protuberante. O rosto quadrado. Heranças do sangue forte dos anões, da parte de seu pai. Um meio-anão era um escravo valioso, em qualquer parte do deserto. Trazia às duas mãos uma imensa espada de pedra obsidiana, negra, as lascas afiadas enfileiradas em um corpo afinado de madeira enrijecida ao calor.

Certamente o menos humano dos três guerreiros, o terceiro assemelhava-se mais à montaria do primeiro gladiador, mas tinha a altura de um homem e apoiava-se de pé, com dois pares de braços e mãos segurando duas grandes lanças de madeira e pedras de jade afiadas. Suas mandíbulas eram presas amarelas, movendo-se como se em antecipação, e os imensos olhos insetóides pareciam poder observar toda a arena, quando enfim os três saíam para a luz rubra do sol. Um Thri-Kreen das planícies vermelhas.

Do outro lado do chão de areia branca, o imenso pórtico já encontrava-se aberto. Do lado de fora, o vento, um calor incômodo, levantava a areia, rolando pelos braços dos bravos desafiantes. Um rugido e o sobressalto. Como se o estampido de uma explosão, arremessando os três à frente. Corriam ao centro do espetáculo, de encontro à besta, imensa. Pareceria um leão, mas a juba recedera a um pelo mais curto, que estendia-se para trás pelo dorso. A boca, enorme, um conjunto de presas afiadas do qual os dois caninos inferiores protuberavam como adagas afiadas. Duas fileiras de olhos, três pares, negros como a lâmina do meio-anão.

Ao segundo rugido grotesco, o som das arquibancadas cessava. Deixava espaço aos urros de três gladiadores. Um tomando firmemente as rédeas de sua montaria e colocando-a em carga, erguendo a lança em punho. Os olhos do segundo tomando um estranho brilho esverdeado, que refletia-se na escuridão da imensa espada, os dedos firmes ao seu cabo de osso. O inseto percorria o grande espaço entre ele e sua presa, girando as hastes de suas duas lanças, antes de saltar por sobre a fera. Mergulhavam os três, rumo à glória… ou à morte.

2 comentários:

Tyr Quentalë disse...

Muitas vezes em tal ambiente, a morte é o que sobra para os três galdiadores, mas em conjunto, quem sabe um deles sobreviva?

Laurita Danjo disse...

Nessa arena todo golpe pode ser fatal.

Saudade de suas palavras...
Bom ano pra vc!!