Bem-vindos à nova dimensão... seqüenciador de sonhos online.

sábado, 30 de agosto de 2008

haikai XXII

Macho faminto
tu acesa, mostro as presas
e te devoro.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dreadnought *do diário do Andarilho*

Hoje percebo o Palácio novamente já todo aceso, livre das sombras, reluzindo contra o céu escuro da noite, emitindo seus trovejares e relâmpagos em desafio às estrelas. Mas nada é tão ensurdecedor e impressionante quanto o que vejo, do alto da torre, à frente dos surreais Portais Nucleares.

Lado a lado, eles lutam contra onda após onda da horda de seres sombrios... cada um daqueles demônios de sombras se jogando, armas em punho, contra Rei Troll e Lorde Addam. O total abandono do frenesi com que avançam é sua maior arma. Mas cada nova investida da maré de seres disformes encontra os urros e as fortes garras a rasgá-los em fúria e a nobre lâmina a abrir-lhes em pedaços. Duas entidades, em seus golpes e berros de batalha. Tão diferentes, mas ainda assim a forma como degladiavam, praticamente ombro a ombro, era a de uma sincronia confusa. De uma ordem que só pode ser vista em meio ao caos.

Os dois feridos, mas nada parecia capaz de pará-los. Nenhum outro ser vil derramava seu sangue às imediações dos pórticos. A batalha avançava pelas planícies áridas, quando novas cornetas e trombetas começaram a soar, vindo do abismo ao longe, acima dos gritos de dor e morte daqueles inimigos. Novos e maciços exércitos negros se levantando àquele desafio... cercando a ambos. Por um momento, tudo silenciou. Mesmo ao longe, eu podia ouvir o resfolegar da respiração de Homem e Besta. E das presas desta e dos lábios daquele, surgiu algo acima de qualquer trombeta que os tentasse desafiar. Ao som daquelas duas gargalhadas, mesmo os fundamentos do mundo tremeram.

Mais sangue para a sede furiosa do Troll. Mais gritos e dor para o sadismo inconfessável e negro, do Lorde.

domingo, 24 de agosto de 2008

Lalalalalalalala lie lie lie *da vitrola*

- Aquele não era o seu ônibus?

- Era. Mas eu também posso pegar esse que tá vindo.

- Então por quê você tá deixando ele passar?

- Pela primeira vez em anos, não devo explicações a ninguém. Não tenho pressa de chegar a lugar algum. E isso é bom. Xeu curtir o momento. É manhã de domingo. Passar o dia descansando dos cochilos em sofá, da noite.

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00 Disturbed - Indestructible

De onde vem esse som? Por quê parece que um trem está passando pelos meus ouvidos? Mais um daqueles seres se levanta a me confrontar e é mais um que volta às sombras sob estas garras. O mundo gira, tudo bate e se quebra ao meu redor, mas nem sinto. Mal sinto o golpe, mas sei que atravessei mais uma parede de pedra e sinto as fundações querendo ruir, ao meu redor. A cabeça no lugar, mas o chão insiste em ficar se mexendo. Do torpor dessa fúria, não vejo para onde os golpes vão, só sei que eles me mantêm vivo. Sinto o sangue pulsar dentro de mim, a pele fechada a qualquer ferida, o corpo todo como se de pedra.

E o som nos meus ouvidos é o berro de cada nova besta, em agonia. O rasgar de sua carne de sombras e o jorrar de seu sangue em névoa preenchendo-me a visão.

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PS: sim, aguardem trilhas desse CD do Disturbed, nos tambores...

sábado, 23 de agosto de 2008

BDSM + Baunilha *do tomo de Lorde Addam*

Uma questão extremamente interessante e aparentemente um tanto controversa, no meio sadomasô, é a possibilidade de um Top ou bottom ter de lidar com com uma relação baunilha - normal, amorosa, extra-BDSM - mantida pelo outro lado do chicote. Já presenciei diversas situações nesses termos, com outros praticantes.

Peço desde já que a interpretação parta da premissa que a parceria baunilha seja tomada como ao menos parcialmente, se não plenamente, desfavorável - não-liberal - à existência de um relacionamento extra-conjugal, mesmo que tão somente enquanto extravasamento do fetiche do outro. Incorro ainda no risco de ser taxado aqui como "arauto da traição" - já até ouvi o termo dirigido a mim, uma vez - mas é muito complexo julgar relações poligâmicas em meio à cultura judaico-cristã na qual fomos criados. Ainda assim, aceito o risco. Como tudo o mais discutido aqui, qualquer interpretação é extremamente subjetiva e a noção de "receita de bolo", enquanto solução dos empecilhos apresentados, é por si só limitante ao assunto. Fica claro que exponho minha opinião com base no que conheci e vi, acontecer, a respeito.

Dou o pontapé com a constatação de que tal ocorrência é muito mais comum - e menos proibitiva - quando o lado Top é o detentor dessa relação extra-BDSM. Soaria um bocado óbvio, aqui, citar os motivos disso indo muito a fundo, dadas todas as prerrogativas do lado Dominador sobre a relação D/s em si, mas é, senão a ocorrência mais lógica dessa característica, a mais corrente no meio. Lógica pela crença, de muitos, que o Top não deva se envolver emocionalmente com seus bottoms - sem diferenciação de gênero. Dessa forma, é por vezes até costumeiro imaginar que por trás da empunhadura do chicote haja algo mais, a ser protegido do que ocorra no meio. Esse ato de proteção é, afinal, algo que a maioria precisa fazer até mesmo com sua célula familiar mais próxima, mesmo não havendo um laço amoroso envolvido. Já é parte da prática, conseguir separar sua vida pessoal e profissional de seu alter-ego BDSM.

Mas é a existência de relações baunilhas mais estreitas do lado bottom que se apresenta como sendo a mais limitante. Mesmo se considerarmos que a coleira seja estritamente D/s, sem sadismo e masoquismo envolvido, há uma série de práticas de Dominação psicológica que depende de uma liberdade de tempo e ação que esse bottom não possui, para ofertar ao Top. Lembro aqui que qualquer risco sério à integridade não apenas física, mas psicológica e emocional, é uma quebra dos termos de Sanidade Segurança e Consensusalidade - embora a parte emocional seja muito discutida, assim como o conceito de segurança. Para muitos Tops, especialmente homens, a existência de um relacionamento assim por si só já impossibilita o encoleiramento. Compreensível, quando o motivo é a necessidade daquela liberdade de ação que o/a sub não pode ofertar, mas que em certos casos soa hipócrita, com afirmações como "ela não pode se entregar de verdade, pra mim", quando o mesmo não se encontraria, muitas vezes, disposto a suprir necessidades emocionais da parte bottom. Outro motivo bem comum é também compreensível: "vai que o lado de lá é bravo e descobre". Não há qualquer covardia nesse ato, é tão somente a constatação de que tanto Top quanto bottom podem sofrer retaliações pela manutenção de um relacionamento D/s. Todos nós temos o direito e dever de pesar as possíveis conseqüências de nossos atos.

Dito isso, entretanto, é uma ocorrência que também gera novas possibilidades. a serem exploradas por uma mente mais criativa, em meio ao adestramento e à convivência BDSM. Psicologicamente, há por si só a euforia do proibido, da ameaça constante, do flerte com o perigo, sem que para isso precise haver a quebra da segurança, em cena. Nesse ponto, a coleira fica muitas vezes por um fio, na dependência da capacidade do bottom de manobrar ao redor de suas limitações baunilhas. Conseguir estar pronto à submissão sem arriscar a relação se torna parte de suas atribuições, enquanto o Top assume para si a responsabilidade de não deixar marcas óbvias e difíceis de explicar, com o extravasamento de seu sadismo ou as eventuais punições à parte submetida. O jogo psicológico pode se tornar muito mais presente e intenso, também, e as marcas desse podem ser despistadas com um "não estou bem, hoje".

Os cuidados com a parte física passam ainda pela necessidade de um diálogo muito mais aberto que em outras relações de servidão, pois o Top precisa, por exemplo, saber que a presa vai passar o final de semana na casa de praia. Naquela semana, não pode deixar-lhe com marcas em quase parte alguma do corpo. Certas práticas, como bloodplay e knifeplay, são dificílimas - se não impossíveis - de serem postas em prática sem riscos diretos, mas quase todo tipo de tortura genital ou aos mamilos é possível. Sessões de spanking mais intensas, por exemplo, precisam de um aviso do tipo "essa semana, vc vai se esconder um pouco mais dele/a". Os termos no contrato de submissão precisam dar margem a um pouco mais de diálogo e a safeword - palavra que é direito do bottom ter e saber, que interrompe a cena quando pronunciada - pode se tornar uma salvaguarda para aquelas torturas imprevistas, que o bom improviso possa trazer à cena, mas q o bottom tema expô-lo demais, depois.

Já ouvi e li argumentos que propunham que a necessidade de tais cuidados dariam à parte submetida o "direito de abusar" de tais condições específicas, para exercer ela também um certo controle sobre todo o cenário imposto pelo contrato D/s. Sou da opinião que absolutamente TODA relação de poder é uma via de mão dupla, de qualquer forma. Mas mais importante que isso, e aqui passo as considerações à primeira pessoa, se me vejo insatisfeito com uma coleira, estou em pleno direito de tirá-la da submissa. Pelo mesmo motivo que também nunca me senti obrigado a encoleirar ninguém. Se um bottom decide tomar liberdades com seu contrato por conta da situação extra-D/s, é um risco que está assumindo, como em qualquer situação de questionamento ao Top ou desrespeito ao mesmo.

 
aaron, by ~porsylin on deviantART

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Leviathan *nos gemidos dos derrotados*

Quantos eram?

O abrir dos olhos é como o despertar à vergonha... de entender tão pouco o que tem na memória e tanto as sensações de seu corpo. O dolorido... o toque do chão gélido, que furtivamente lhe alcança a pele mesmo onde deveria haver o tecido do vestido a protegê-la, tão frágil. O rasgo sobre o seio direito deixando seu róseo coral roçar o concreto, doloridamente, quando ela tenta mover-se para olhar em volta. Tudo tão vazio.

Lembrar das sensações ainda faz seu corpo tremer, algumas vezes, enquanto os dedos fecham-se e lhe dão um parco apoio para começar a erguer o tronco. Pode sentir o suor seco sobre a pele, incômodo, e sabe que nem todo ele é realmente seu. O cheiro forte que ainda preenche o ar daquele lugar por onde as sombras de sua humilhação parecem começar a se estender.

Os degraus... por onde foi trazida, quase arrastada, enquanto todas aquelas mãos lhe rasgavam o vestido e buscavam caminho por sobre seu corpo. O estrado de madeira onde fôra jogada deitada, surrada e amarrada... as cordas que o haviam erguido no ar ainda estavam passadas por sobre as grossas vigas de metal, do teto. A cêra das velas, abundante sobre aquelas ripas sujas, de tantas cores quanto os flocos que teimavam em soltar-lhe da pele de quase todo o corpo, como se ela fosse uma cobra na muda.

O calor às nádegas, ao rosto, aos seios e às costas... lanhos reclamando em dor aguda, de cada novo movimento do corpo, mas ela conseguia enfim apoio para tentar ficar de pé. A sensação a seguir, do juntar das pernas em busca de apoio, a tomava de assalto. Violada e dolorida, podia sentir escorrer de cada canto e esconderijo do corpo o prazer de todos aqueles agressores, e o cheiro de sexo se tornava repentinamente tão mais forte... desabava ao chão, como se tomada do desespero de sua condição.

Contra alguma parede, aquela parte havia começado... usada, manuseada e arrastada, haviam-na violado em quase todo o lugar, onde quer que tivessem apoio para alguma nova perversão... até que no chão, todos se tornaram cães e no ataque do súbito cio começaram a tomá-la e mordê-la e disputar cada pedaço de seu corpo. Cães... animais, bestas... irracionais. E ela, sua rainha. Seu objeto de veneração, como uma Deusa... como Alice, um poço de sanidade em meio ao mar caótico dos hormônios daqueles a quem ela havia buscado e provocado.

Da humilhação, nascia o brilho aos olhos... da cêra endurecida sobre a pele, a mulher com jeito imenso e poderoso de mítica serpente marinha levantava-se, trocando de pele. De seu corpo escorrendo os fluidos de um prazer SEU e não deles. Levantava, firme, encontrando os corpos entorpecidos de seus supostos atacantes. Tão frágeis quanto tolos, no sono profundo dos animais satisfeitos. Tão simplórios e banais que eram apenas homens.

Quantos eram? De quê importa? Eram, em matilha, o prazer de apenas uma.

 

f58ffd4a87b48f2b Hex, de *MichaelO, no deviantART.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Andarilho X Troll *pelos corredores*

Sua mão direita... ela tem um soco contido. Reprimido.
- Sim. Sempre.
Mas... por quê?
- Se eu não o contiver, quem o fará?

E com essa resposta, o Rei sonâmbulo volta a caminhar por seus escuros corredores, só aparentemente alheio às ocorrências nos salões mais baixos. O Palácio Elétrico aos poucos volta a se iluminar, enquanto tambores de guerra soam nas profundezas.

domingo, 10 de agosto de 2008

Indicação *ri o homem da camisa de força*

Em uma pausa breve, preciso vir aqui homenagear uma idéia que achei sensacional. O site Garfield minus Garfield, dedicado a remover o protagonista de suas tirinhas para comprovar a angústia existencial de um certo Sr. Jon Arbuckle. É uma jornada profunda à mente de um jovem homem comum, isolado, que luta uma batalha perdida contra a solidão e a depressão.

Abaixo, um exemplo:

garfield

E sim, eu sempre adorei as tirinhas do Garfield.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ecos do mundo *vindo ao vento*

OK, eu não costumo curtir memes, nem sei o que exatamente a expressão significa. Mas li um ótimo, no blog da Lyn, e como sempre digo q minha vida tem trilha sonora, vamos lá.

A idéia é escolher uma banda e responder as perguntas apenas com o nome de músicas dessa banda. A minha só podia ser QUEEN, óbvio ululante para quem me conhece.


1.Descreva-se:
“The Great Pretender”

2. O que as pessoas acham de você:
“Death on Two Legs”

3. Onde você queria estar agora?
“Lazing on a Sunday Afternoon”

4. O que você pensa a respeito do amor:
“Crazy Little Thing Called Love”

5. Como é a sua vida?
“Innuendo”


2metal&1playboy


6. Se você tivesse apenas três desejos seriam:
“Save Me”
“A Kind of Magic”
“Good Die Young”

7. Uma frase:
“Who Wants to Live Forever"

8. Uma coisa boa:
“I´m Going Slightly Mad”

9. Uma coisa ruim:
“Too Much Love Will Kill You”

10. Um conselho:
“The Show Must Go On”

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Da servidão... *sob o olhar de Lorde Addam*

O ato da submissão consentida é a pedra fundamental sobre a qual se apóia toda a relação BDSM. Acho tolice postular que seja apenas a postura da parte Dominadora - ou Top, que determine o surgimento de um contrato D/s.. O que em nada desautoriza a competência dos Doms e Dommes, quando capazes de identificar os desejos e potenciais de um indivíduo e propor o adestramento não enquanto tal, mas inicialmente como fetiche a ser explorado e posteriormente vivido.

Entretanto, à manutenção dos limites de Sanidade, Segurança e Consensualidade, creio haver a inevitabilidade de um diálogo, direto ou mesclado à ritualística das cenas, em que a parte submissa - ou bottom, admite abertamente a sua condição e dessa forma reforça o que antes era mera fantasia, aceitando-a como o compromisso de uma série de sessões - ou cenas, de imersão em tais práticas.

Esse gesto de aceitação traz maior liberdade à exploração dos prazeres e limites das partes envolvidas, mas também lhes entrega responsabilidades quase que em igual proporção, um com o outro e de ambos com o símbolo que se torna a coleira, ao pescoço do bottom. Muitos, especialmente quem vê de fora, acreditam que todo o comprometimento cabe tão somente a quem se submete, quando creio que este não se firma a longo prazo, se não for como um espelho do esforço da parte Top em se fazer não apenas presente, mas vigilante e cuidadosa.

Tudo isso não me permite ver qualquer meio do Dominador ter a chance de assumir seu papel, sem que o olhar submisso que colhe seja o de aceitação plena e de confiança. Assim, suponho, faz-se do ato de submissão e entrega o ponto de partida para todo o resto. Um salto de fé rumo à promessa de prazeres renovados e sem iguais. Mas também rumo ao risco de descoberta do inferno, nas mãos de um Top inseguro, imaturo ou mal-resolvido.

Toki 
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Outra noite, ouvi um colega, bottom, comentar o quão curioso é quando percebe que às vezes começa a falar de relacionamentos e sexo como quem comenta economia ou política. Mais ou menos a sensação q estou tendo agora. *rs* Adoro isso.

Mais sobre BDSM, no Palácio: [link]

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Falando com o Cara *do alto da torre*

DSC02786

Quem faz seu Marketing? Sério. E vamos conversar, você não acha que está na hora de mudar o seu método de gerenciamento? Você já se informatizou? Porque andei vendo seu atendimento, enquanto esperava aqui, e acho que precisa melhorar. Estou propondo uma solução completa, de sistemas. Algo que não seja só um produto, mas uma parceria em prestação de serviços de qualidade. Vamos falar de fidelização do cliente, então. Quer meu cartão?

Uma opinião sincera? O marketing tem estado melhor na sua concorrência. O lance todo de mártir está muito demodê. E aquela coisa de ricos, camelos e buracos de agulha... não cola, pra nova era. E dá pra gente repensar alguns mandamentos, que seja? Porque tem coisa ali que precisa ser revista, hein. De qualquer maneira, parar de renegar a ciência por puro capricho pode ser uma boa.

Tô vendo que você é um homem ocupado, então não vou tomar mais de seu tempo. Meu celular está atrás do cartão, então qualquer coisa, não tem hora pra ligar, OK? Bom trabalho, aí, e se cuida. A gente se vê.

domingo, 3 de agosto de 2008

haikai XXI *murmura o Andarilho*

e então caminho
pelos ventos outonais
como se à morte