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sábado, 15 de março de 2008

Guardiões III *recém-escrito, em páginas de pergaminho*

- Onde é que estamos, afinal? - Espírito olhava em volta, vendo um lugar tão belo, arborizado, verde, mas de certa forma também tão artificial.

- Ele ainda não havia descoberto você, quando costumava vir a esse lugar, brincar. À época, esse pequeno parque era um mundo, para o Criador. Era certamente mais belo, também, mas talvez porque eu só o via pelos olhos Dele.

Angelique sorria, respirando fundo, como se aquele ambiente de certa forma a renovasse, e ela sabia que assim o era porque renovava ao homem que andava por ali. Trazia a pasta à mão esquerda, trajava sapatos pretos, de couro que muitos diriam que não poderiam andar sobre aquela lama. Garoava, naquela tarde, e o Guia e a Guardiã acompanhavam-no em uma caminhada incomum. A camisa úmida do q poderia ser suor, além da chuva, e a gravata frouxa ao colarinho.

- Ele está pensativo. Mas eufórico. A mente se perdendo no findar de uma semana cheia, intensa... acho que precisava disso, não? Mas de todos os dias, porquê hoje? - Angelique indagava-se, enquanto suas asas balançavam-se um pouco, espantando a água das penas prateadas.

- E porquê não? Parece uma tarde boa como qualquer outra. E sua alma clama por algum contato natural, menos que seja. Quer algo mais natural q ser criança correndo em meio às árvores, sobre a grama? - Espírito caminhava ao lado dela, não se incomodando com as mechas grossas do cabelo negro, que lhe grudavam à testa, molhadas. - Ele caminha, pela trilha de terra, pedra e cimento. Mas sua mente corre por esse gramado, uma vez mais. Como quando não precisaria se preocupar com chuva, lama, arranhões... este é ele, realmente. De quando conversava com você a cada noite.

- Tem razão... mas vc precisava ver como esse lugar era lindo, numa tarde de domingo! É um bairro cheio de cantos antigos, que transpiram história. E aqui é um desses cantos. Aposto q ele vai subir o parque todo e seguir para casa pela rua antiga, de paralelepípedos. - Angelique ria, contente, e Espírito olhava-a, de soslaio, suspirando. Sabia, porque o Criador sabia, que agora a velha rua margeava uma favela de surgimento recente.

- E você vai deixá-lo, não? Belo anjo da guarda...

-Deixa de ser chato! Não vê que ele está sonhando? Que sonha com o dia que trará ela aqui, para conhecer as trilhas de sua infância? Deixa... ele merece não se preocupar, um pouco.

Os dois seguiam-no, de longe, vendo que ao invés de terminar a subida do parque pelas escadas, decidira tomar impulso e correr pela grama. A água e a lama levantando atrás de seus pés, ameaçando-lhe a calça social e os sapatos, mas não chegando a sujá-los. Um sorriso ao rosto... Angelique e Espírito riam.

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Guardiões I

Guardiões II

Um comentário:

Tyr Quentalë disse...

Ah! Gostosa liberdade que o toma, que o leva às antigas trilhas, trazendo-lhe sorriso e a sensação de poder voar! Quão gostosos são os risos que escuta em sua mente, dos lábios que murmuram as histórias do local, segurando minha mão firmemente, enquanto busca me levar para conhecer tudo que encantou e encanta teus olhos. Ah! Meu amado Rei, Guerreiro e Marido. Leve-me junto contigo. Vamos correr na chuva, rir e bailar em plena chuva sem nos preocuparmos com mais nada!
Beijos de quem te ama e te pertence.
Queen Sidhe