Bem-vindos à nova dimensão... seqüenciador de sonhos online.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Desafio... *em papel preso a uma parede*

A Nanda, do blog Dália Rosada (vide links) me desafiou a um post que eu achei até bem legalzim, então abaixo estão as minhas respostas. Espero q curtam.

Se eu fosse um mês seria... DE 31 DIAS
Se eu fosse um dia da semana seria... TODOS, MENOS SEGUNDA
Se eu fosse um número seria... DOS IRREAIS
Se eu fosse um planeta seria... CHEIO DE SATÉLITES
Se eu fosse uma direção seria... A CERTA
Se eu fosse um móvel seria... CONFORTÁVEL
Se eu fosse um liquido seria... AZEDO
Se eu fosse um pecado seria... DIVERTIDO
Se eu fosse uma pedra seria... BURRO
Se eu fosse um metal seria... FRIO
Se eu fosse uma árvore seria... FRONDOSA
Se eu fosse uma fruta seria... SUCULENTA
Se eu fosse uma flor seria... ESPINHENTA
Se eu fosse um clima seria... ÁRIDO
Se eu fosse um instrumento musical seria... ELÉTRICO
Se eu fosse um elemento seria... PESADO
Se eu fosse uma cor seria... VIBRANTE
Se eu fosse um animal seria... FELINO (E DOS BEM INDOLENTES)
Se eu fosse um som seria... ALTO
Se eu fosse uma letra de música seria... ORIGINAL
Se eu fosse uma canção seria... EMOCIONANTE
Se eu fosse um estilo de musica seria... INCOMUM
Se eu fosse um perfume seria... AINDA MAIS CHEIROSO
Se eu fosse um sentimento seria... INTENSO
Se eu fosse um livro seria… CATIVANTE
Se eu fosse uma comida seria… CASEIRA
Se eu fosse um lugar (cidade ) seria ... HOSPITALEIRO
Se eu fosse um gosto seria... AGRIDOCE
Se eu fosse um cheiro seria… INSTIGANTE
Se eu fosse uma palavra seria… PROPAROXÍTONA
Se eu fosse um verbo seria… TRANSITIVO INDIRETO
Se eu fosse um objeto seria… COBIÇADO
Se eu fosse uma roupa seria… QUENTE
Se eu fosse uma parte do corpo seria… SENSÍVEL
Se eu fosse uma expressão seria… AMBÍGUA
Se eu fosse um desenho animado seria… DOS ANTIGOS
Se eu fosse um filme seria… ALTERNATIVO
Se eu fosse forma seria… ISOMÉTRICA
Se eu fosse uma estação seria… PASSAGEIRA
Se eu fosse uma frase seria… INSPIRADORA

Bom, agora eu devo desafiar mais sete pessoas, mas nem sei se tenho tanta gente assim a chamar nesse papo. Então vou convidar até quem não tem blog, mas tem fotolog:

* Seanchaí/Tyr Quentalë/Minha amada rainha Sidhe

* Dra Bridget (do Pára-Raio de Doido)

* Dra Lee (idem acima)

* Lyn Monroe

* Biel (issaê, cunhado, tu mermo)

* Vivs Mol (fotolog)

* Ogro (fotolog)

Coisas... *arranhado às paredes de uma cela*

Pq tem dias que tudo te enrola e vc precisa extravasar como for. Coisas... a vida é feita de coisas. De momentos, de imagens, de segundos que passam rápido demais pra gente ver. Enfim, coisas! Nem todas elas boas, mas todas importantes. De alguma forma, te obrigam a encaixar essas coisas e montar a vida. É tipo lego, tetris, castelos de cartas. Algumas coisas você toca, outras você sente, tantas você ouve e a maioria você vê.

Hoje estou sentindo algumas tantas. E certas coisas sufocam, não é mesmo?

Mas, mais importante, é ter uma coisa que não seja só coisa. Que seja muito mais. Aquilo que pulsa na sua vida e faz todas as coisas parecerem pequenas o suficiente pra não te soterrarem. Algo q vc não deixe ser coisa ou peça. Algo que na verdade é alguém... que quando vê o seu sufoco, sopra o ar aos seus pulmões.

Um fim de semana cheio de coisas, pessoal. Curtam muito, montem legos fenomenais. E amem o que não for coisa, mas sim amores, amigos e vida.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sonhos de Outrora III *sangue às paredes*

Ela percorria as trilhas daquela floresta agora deserta. Por muitas vezes, temera perder-se, ao ir em busca de algo que ela e seu amado pudessem comer e beber. Agora, não carregava mais a arma dele, aquela lâmina tão surrada e sem o seu brilho de aço rígido e polido, de apenas poucos dias atrás. A espada havia voltado à bainha de seu valoroso dono e lá repousava, assim como ele, à borda da luz bruxuleante de uma fogueira. A amazona elfa tinha o semblante sério, buscando sinais daquela clareira e o que sequer podia chamar de um acampamento, pois os dois dormiam ainda ao relento, esperando que alguns poucos dias de descanso fossem o suficiente para que juntos conseguissem cobrir a distância até um local mais seguro, sem terem de parar e descansar mais. O corpo esguio dela deslizava com facilidade por entre aquelas árvores e a mata alta, à mão esquerda as pequenas aves que conseguira de alimento e a bota de couro com água fresca do riacho mais próximo. À direita, a lança habilmente esculpida de um imenso galho da madeira mais firme que aquele local podia lhe proporcionar.

- Um céu de nuvens... uma noite sem luz...

Murmurava para si mesma, lembrando de tudo o que seus ancestrais lhe haviam ensinado sobre a sobrevivência nas terras ermas. Deslizava os dedos pelos troncos das árvores mais próximas, procurando sinais familiares, e então sentia as primeiras gotas lhe atingirem a pele macia e quente do esforço de manter-se em movimento. Chuva. As nuvens decidiam se fazer ainda mais presentes e vir refrescar-lhe um pouco, daquele esforço. Ficava, em parte, agradecida por aquilo, mas temia o que poderia se esconder no escuro ainda mais intenso de não ter uma fogueira acesa, madrugada adentro. E aqueles animais que trazia seriam comidos crus. Aquilo lembrava-lhe demais o frio do calabouço, para achar que poderia simplesmente ignorar o fato, mas a fome com certeza seria bem maior que qualquer lembrança.

Um rastro... seus dedos encontravam um lanho à casca de uma árvore próxima e ela os deslizava pelo sulco, percorrendo a extensão e encontrando uma pequena lasca de metal incrustada ali. Ela sorria. Era um fragmento da arma de seu amado Troll, sinal da intensa batalha a qual ela mesma vencera, defendendo a liberdade dos dois. Ela não estava longe, mas não gritaria pela voz de seu guerreiro ferido. Não queria chamar atenção. Guiava-se agora pelo tato, sentindo as marcas de golpes mal calculados e o visco de sangue já coagulando, como se alimentasse aquelas plantas. Aquela floresta tão sombria.

- Já estou indo... não durma ainda.

Em meio ao seu sorriso, ela urmurava aquilo bem baixinho, ao vento, como se ele pudesse ouvi-la, ali perto. Seus passos ágeis com um impulso renovado. Ela não sentia-se mais perdida naquela noite de ébano e logo o encontraria novamente. Firmava a lança à mão direita enquanto ia apoiando-se em raízes e galhos mais baixos, para cobrir mais terreno até aquela clareira, que agora sua mente conseguia divisar, mais à frente.

****

O bravo guerreiro perdia a noção do tempo, aguardando que sua amada retornasse com algo que pudesse mantê-los vivos mais alguns dias. Já conseguia levantar-se sem ajuda, por menos que estivesse em sua melhor forma. Na manhã seguinte, deixariam aquele lugar em uma marcha forte, rumando para o sul, além dos grandes vales, para onde finalmente estaria em paz e segurança, com sua amada Sidhe. Sentia os ferimentos reclamando e lembrava-se do quanto tentara pedir a ela que não fosse sozinha. Também estava ferida, de ter tido sozinha de defendê-lo daqueles rastreadores sombrios que seus captores haviam mandado atrás de ambos.

- Meu amado...

A voz chegava a ele, tão melodiosa, ao fim daquela tarde, quando o crepúsculo já avançava. Sua pele tão macia, as belas feições que tocavam o coração daquele orgulhoso ser. Ele sorria de volta... ela retornava ainda com um pouco de claridade, e isso aliviava-lhe o coração.

****

Um dia inteiro fora, ela não fazia noção de que horas poderiam ser, já. A chuva molhava-a e deslizava por dentro das roupas, por entre os dedos. Ela suspirava, mas não perdia o sorriso, pensando na imagem de seu belo guardião esperando seu retorno. Já imaginando seu abraço quente, acolhendo-a de todo o frio e quaisquer preocupações. A clareira. Em meio à massa escura das árvores, ali estava aquela abertura e ela logo pôde ver... arregalava seus olhos, ante aquela visão, enquanto seus passos estancavam, por um momento.

- Não, não, não...

Balbuciava, à borda da clareira, vendo o vulto de um corpo estirado sobre a fogueira. Naquela escuridão agourenta, podia divisar apenas os copos da espada de seu amado... a lâmina atravessava aquele corpo. O desespeiro tomando-a, um grito de pavor e o salto à frente, surgindo correndo pela clareira, mas sendo agarrada por uma imensa sombra que vinha tomá-la, saindo de trás de uma árvore. A lança caía ao chão, a Sidhe se debatia, em meio ao desespero.

- Não... NÃO!!!!

Mas então um dedo tocava-lhe os lábios, calando-a. Ela reconhecia aquele toque. Reconhecia os braços q a envolviam... e o debater cessava. Aquela voz grave, que sempre sabia acalmá-la, sussurrava em seu ouvido.

- Tentou enganar-me... sob a máscara de seu rosto e a canção de sua voz.

E ela então compreendia. Com aquela batalha, todos os gritos e o sangue derramado ali... os espíritos da floresta não queriam mais aqueles dois invasores.

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Para as duas primeiras partes desse conto:
Sonhos de Outrora I
Sonhos de Outrora II

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Ponteiros errados *em um pedaço de jornal ao vento*

Como morador do Rio de Janeiro, podem achar muito estranho o que eu relato aqui hoje, mas eu sofro de HdV. Não, não, não, por favor, não me confundam aqui, jamais ousaria fazer graça com uma condição tão séria e nefasta quanto a AIDS, longe de mim. Falo do Horário de Verão. Xinguem-me todos, o quanto quiserem, mas eu não gosto dele. E não gostar dele é sofrer de HdV.

Já ouvi todos os argumentos a seu favor, mas o que mais gosto é o de que “o dia rende mais”. Esse vale talvez para aqueles que, como o canário da minha vizinha, dormem assim que tudo fica escuro ou alguém joga uma toalha sobre a gaiola. A essas pessoas, aliás, cuidado ao dirigir com vidro fumê no carro. Problema sério. Mas enfim, eu estou cá contando os dias para o fim desse mal que, convenceram-me, é necessário para poupar energia ao país. Meu dia, no entanto, rende as mesmas 24 horas que eu sempre conheci e amei. Para os madrugadores de plantão, é uma época que traz a sensação horrorosa de que você acorda ainda de noite.

Entendo os praieiros e seu amor por essa aberração cronológica. Mas eu não sou praieiro, mesmo morando no Rio. Entendo ainda aqueles que deixam o trabalho às 17, 18h e dizem que ao menos ainda ganham um pouco do seu dia, para fazer algo. Mas eu me reservo o direito de não gostar de jantar com o céu ainda claro. Eu não acho tanto que ganho mais do meu dia, mas perco um pouco da minha noite, e acho isso injusto.

Um romântico incorrigível, eu gosto da lua, do escurinho e do sereno. E quer coisa melhor que brisa fresca de noite de verão? Sinto-me, portanto, roubado de minhas agradáveis noites de brisa. Aqui sim ouso ser carioca e gostar da maresia do calçadão, do cheiro salgado do mar, à noite. E, convenhamos, tem todo jeito de doença sazonal, esse tal HdV.

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Crônica publicada no jornal Caxias em Ação de fevereiro/08.